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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

É certo o cristão dar mesada por tarefas domésticas? (Post aberto - Nosso HS)


Ano passado começamos a trabalhar Economia, e aprendemos o nome e valor da MOEDA BRASILEIRA  (link com amostra imprimível), e como parte deste ensino nós começamos a visitar lojas de brinquedos e estudar os valores dos brinquedos.
Ao perceber o valor e contar em casa as moedas, Sam começou a questionar como os brinquedos são "caros" e quis saber como nós conseguimos dinheiro.
Então, nesta fase da aprendizagem dele, estou ensinando que o dinheiro vem pelo trabalho (tanto do papai como da mamãe).
Ao imaginar como iríamos ensinar ele sobre o valor do trabalho remunerado , pensamos em que tipo de trabalho usaríamos como exemplo.
Para nós, remunerar ele por atividades domésticas e pequenas, poderia passar a mensagem errada dentro do nosso propósito de ensino.
Para nós, quando o Sam ajuda em casa nas tarefas, ele está aprendendo a servir a família. Desta forma, a alegria em servir a família e ser parte dela seria sua motivação.
Então resolvemos que ele seria remunerado pela criação de ideias novas, remunerado por trabalhar pensando e criando. No entanto, não quer dizer que ele irá criar só para ser remunerado, longe disto.

Nota: ninguém é obrigado a dar mesada ao filho, ou retribuir financeiramente de alguma forma. Para nós esta ideia mesmo só apareceu agora como um meio de lhe explicar de forma prática os conceitos econônimos que estão no currículo dele. Isto é importante enfatizar. 

Abaixo vou começar a relatar nossa experiência prática sobre o tema, e talvez seja mais fácil compreender:

REGISTROS: 

Na outra semana, Sam estava observando aplicativos de jogos para o celular e me falava assim:
__Mamãe olha isto. Outro jogo caro.
Aí ele resolveu pegar um palito e pregar um grampo de roupa e disse:
__Olha, eu criei um game que é R$ 1,00, você quer comprar?

E eu perguntando como funcionava o game, vi que ele ia desenvolvendo a ideia do jogo na hora em que falava.  Inventando e criando empolgado, argumentando que era um jogo "muito legal" . Eu fiquei curiosa e paguei o R$ 1,00.
E aí ele perguntou:
__Onde eu vou guardar minha moeda?

Então percebi que para ele aquela moeda era diferente de todas as outras que estavam ali no porta moedas da família. Aquela moeda possuía o valor de seu trabalho, de sua ideia.  Então a ideia de trabalho remunerado estava começando a germinar em seu coração, e fiquei curiosa e preocupada ao mesmo tempo, pois agora eu teria a responsabilidade de fazer esta ideia crescer com saúde e equilíbrio (um desafio que está só começando).

Foi aí que resolvemos criar um cofre RECICLADO que ficou ASSIM pronto.
Ele colocou orgulhoso sua moeda no cofre.

Dias depois ele estava brincando com o lego e criou uma casa cheia de armadilhas com lego, chamou de "trap house", tinha buracos aqui e ali para divertir os moradores (seus bonecos), e depois ele resolveu criar armas que chamou de "blasters" e fez 5. As armas ele resolveu doar para todos terem armas.
Eu disse para ele que queria pagar R$ 0,25 pela casa, pois era muito legal.
Ele ficou feliz, e disse:
__Agora eu trabalhei mais um pouco né.
E eu como mãe fiquei feliz que ele não quis vender as armas também, e por não querer colocar moedas do pote cheio para seu potinho. Feliz por ele estar percebendo o valor do trabalho.

Nosso cuidado com o tema, é que o Sam aprenda a compreender o valor ao dinheiro sem criar amor pelo dinheiro ou avareza. Por isto que ele preferir doar uma parte de seu trabalho foi positivo. É importante para nós que ele aprenda e economizar seu dinheiro, mas não que seja apegado a ele.

CONCLUSÃO 
Nossa resposta para a pergunta principal , no momento, é que não, não iremos remunerar o Sam pelas pequenas tarefas que ele já faz como tirar e levar o lixo junto com o papai, ou ajudar a arrumar as camas, ou guardar os brinquedos. Nós entendemos que isto tudo isto faz parte de sua formação como membro desta família, e que aprender a servir a família e a desenvolver a própria autonomia é algo que possui uma recompensa própria e inerente ao ato de servir.
Desta forma, para nós não seria correto remunerar ele por fazer isto.
Então considerando a definição de Trabalho (segundo o link no fim deste post) iremos remunerar o Sam por seu trabalho físico ou intelectual, que seja além das atividades que fazem parte de sua responsabilidade.
Da mesma forma o papai não é remunerado por levar o lixo ou  ajudar na louça.
E sim, em nossa casa a divisão do trabalho segue princípios cristãos e cuidar da casa é um privilégio meu.
E vocês, como estão ensinando este tema para seus filhos?
Aqui nossa caminhada está só começando...

NOTA Pedagógica: 
Em nosso currículo sobre Economia, iniciando pela moeda nos inspiramos nos seguintes textos de apoio (lidos até agora):
- Trabalho - etimologia e definição - Texto Trabalho
- Trabalho - Não é Maldição
- Preocupação com Materialismo - Texto: Materialismo
- Preocupação com Amor ao dinheiro - Texto Dinheiro


Ps: Caso tenham sugestões de textos cristãos sobre o tema podem linkar no comentário, eu gosto de ler e estudar sobre o tema, enriquece nosso Homeschooling.

COFRE CHEIO E AGORA? 

Estamos no meio do ano, e Sam trabalhou muito até aqui criando novas ideias, dando sugestões e contribuindo para o bom funcionamento do lar sempre que pode.
E finalmente seu cofrinho está cheio o suficiente para valer a pena comprar alguma coisa,
então após contarmos juntos as moedas comecei a instigar como ele iria utilizar.

Perguntei se ele queria um peixinho, pois já tem o aquário. E ele argumentou:
__Se eu comprar um peixinho, aí ele vai querer sempre mais comida e eu vou ficar zero de moeda.
E conversamos que todo bichinho de estimação é assim. Exige cuidados. E que o cachorrinho que ele quer também precisará de investimentos constantes.

Ele pensou e pediu para olhar sites de brinquedos.
Entramos no site e ele foi conferindo o valor dos brinquedos e o valor que ele tinha, e expressou:
__Que brinquedos caros! Eu quero ir no shopping ver.

E ontem fomos no shopping, ele entrou em duas lojas. Uma loja era de brinquedos. E ele podia comprar vários brinquedos com suas moedas, mas ficava triste ao saber que teria que dar todas as moedas, e pediu para pensar mais um pouco. Falou que queria vir outro dia.
Depois entrou em uma loja de relógios, como estamos aprendendo sobre ver as horas, ele se encantou com um relógio de pulso para criança. O vendedor veio falar comigo e eu disse:
__Este pequeno jovem aqui tem economizado e está pesquisando algo para comprar. Falei o valor que ele tinha e o vendedor mostrou as opções com valores mais próximos. O vendedor tentava falar comigo mas eu apontava para ele atender o Sam, afinal era ele que iria comprar ou não. rsr O vendedor achou divertido e elogiou o Sam por ser economico. rsrs
Ele quis oferecer um relógio digital,geralmente voltado para a idade do Sam, mas Sam falou :
__Este não é um relógio. Não tem números rsrs
Ele um relógio analógico, e gostou de um modelo bem colorido rsrs
O vendedor falou para ele quantas moedas faltavam para ele conseguir comprar o relógio e ele agradeceu. Saiu da loja empolgado.
Resumindo rsrs as moedas continuam no cofre. Ele está interessado em pesquisar para utilizar bem suas moedas. Percebeu que tem muitas coisas que ele quer e outras que ele precisa.
Está decidindo e iremos levar ele em um centro comercial com uma calculadora agora, é um local mais barato para ele ver que pode comprar mais de uma coisa.
E assim estamos seguindo...

(POST ABERTO...)

Continuando

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10 comentários:

  1. Olha, aqui em casa também é assim. Não remuneramos as obrigações domésticas. Não tínhamos pensado nessa ideia de recompensá-los por trabalhos esforços voluntários fora das obrigações. Achei ótima ideia.

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    1. Legal, obrigada por comentar! Muito bom saber que o texto lhe inspirou.

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  2. Olá!
    Eu acredito que os integrantes da família precisão zelar pela pelo ambiente doméstico,ajudando no que for possível.Com isso serão trabalhados vários valores importantes como:Colaboração e organização.No entanto aqui em casa remunero a minha filha de 14 anos por tarefas que eu provavelmente pagaria para outra pessoa fazer e não vejo mal nisso.É o que funciona aqui em casa.Mas é claro que desde muito cedo ela sabe o valor do dinheiro tanto que quando pago a quantia que for pra ela,a 1ª coisa que ela faz é tirar o dízimo.

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    1. Oi Luciana, Paz, obrigada por seu comentário.
      Sim! Como este post é um tema em aberto para mim, tenho certeza que a medida que meu filho crescer e compreender toda esta parte mais básica da educação financeira eu farei isto também.
      Principalmente após os 11 anos a criança já possui neurologicamente maturidade para abstrair conceitos, e não irá conectar o pagamento da mesma forma que o meu filho que acabou de fazer 5 anos.
      E a parte do dízimo é algo que está nos meus planos também. No momento ele está ajudando na ofertinha que é dada na Escola Bíblica das crianças e se sente orgulhoso e feliz por isto.
      Deus lhe abençoe. Abraços.

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  3. Aqui foi um processo bastante natural, o interessa da minha filha em comprar alguma coisa surgiu um pouco antes dos 4 anos. Ela disse que queria comprar um chapéu amarelo, que na verdade é um capacete de obras. Estávamos na Leroy Merlin, olhei o preço e informei quantas moedas de 1 real ela precisaria juntar para comprar. Em casa fiz um planejamento simples com as informações principais: Objeto a ser comprado, imagem do objeto, quantidade de moedas e um espaço com bolinhas para pintar a quantidade de moedas juntadas. Ela saía com o papel mostrando aos avós e tios qual era o seu plano, e as pessoas davam uma ou duas moedas para ela. Em resumo, ela conseguiu comprar o chapéu amarelo, e logo em seguida disse que iria comprar uma bóia amarela. Fiz um novo planejamento e assim seguimos introduzindo o conceito de trocas e o valor do dinheiro. Também temos um negócio próprio e envolvemos ela em tudo o que fazemos, desde o planejamento e compra de materiais até a entrega dos produtos. Explicamos que só conseguimos comprar coisas nas lojas porque fazemos algo e trocamos com outra pessoa, e essa pessoa troca por outra coisa ou por moedas/ dinheiro. Agora estamos começando a trabalhar outros tipos de moedas, e o analisando tudo o que compramos, alimentos que são comprados por peso ou por embalagem, produtos comprados por metro, etc. Em nossos estudos estamos começando a trabalhar o tempo, e agora poderemos por em prática a ideia do planejamento aliado ao tempo, em quanto tempo ela juntar determinada quantidade de moedas e o que irá fazer para conseguir seu objetivo. É uma grande caminhada que traz resultados incríveis. Algumas semanas atrás dissemos que iriamos comprar uma água de coco e ela logo em seguida disse: Eu pago! Para nós, como pais é um aprendizado constante pois nunca fomos ensinamos a pensar de forma racional e lógica em finanças assim desde pequenos. Acredito que ensinar as crianças a lidar com o dinheiro é tão importante quanto ensinar a ler ou escrever.

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    1. Que fantástico Sabrina, adorei seu comentário. Nossa cheio de ricas ideias. Por isto que eu amo post aberto no blog, eu aprendo muito com os comentários dos pais.
      Que legal a história do capacete de obras rsrs. Realmente é uma grande caminhada e super concordo com você que é tão importante quanto ensinar a ler e escrever. Abraços!

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  4. Nossa achei incrível a maneira como você tem lidado com o assunto. Mas dois dos meus filhos são mais velhos que o Sam. Entao não funcionou o conceito de criar algo para ganhar dinheiro. Eles agora querem pagamento por qualquer criação! O feitiço virou contra o feiticeiro! rsrsrs Alguma ideia pra reverter ou ensina-los de uma maneira diferente:!
    Quanto ao trabalho no lar, eu os ensinei que todo trabalho tem uma recompensa, a delicia de se viver numa casa limpa e organizada, a felicidade do irmão ao ser ajudado, a mamãe ter mais tempo para brincar com eles, conseguir encontrar um brinquedo querido, etc.
    Obrigada

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    1. Oi Etienne, obrigada por comentar. Olha, como este post é aberto, é algo que eu estou estudando ainda e aprendendo também com outros pais.
      Primeiro eu sugiro você espiar os comentários das outras mães acima, deram ótimas ideias que eu mesma vou guardar no coração para fazer com meu filho.
      O Sam acabou de fazer 5 anos agora, então ele está aprendendo esta base de educação financeira, passo a passo, e sim, a medida que ele for incorporando os conceitos mais concretos e tiver idade para entender a parte abstrata , aí com certeza nossa forma de trabalhar isto irá mudar totalmente.
      O problema de dar dinheiro como recompensa para crianças na idade do meu filho, é que a criança possui o pensamento binário ainda e associa diretamente dinheiro e tarefa. E o certo seria compreender estas tarefas como uma maneira saudável e amável de servir toda a família. A criança pequena tem prazer em servir e em se sentir útil é só darmos a elas esta confiança e oportunidade.
      Não sei a idade dos seus filhos e o tanto que eles sabem sobre educação financeira (se conhecem o valor das moedas, se sabem calcular quanto vale as coisas, os alimentos, brinquedos, etc...), mas uma forma de avaliar o que você deve fazer é justamente ver quanto eles sabem sobre o assunto, observando ou perguntando a eles (se forem maiores).
      Espero ter ajudado e continue acompanhando o post... pretendo ir anotando nossas evoluções sobre o tema.Abraços

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  5. Adorei a maneira como vc estão lidando com essa questão! Obrigada por compartilhar e que Deus continue dando sabedoria pra vcs! Beijos

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    1. Oi , obrigada por comentar. Aos poucos vamos atualizando como estão caminhando as coisas. Acompanhe. Bjs

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